quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

 
São três da manhã e eu continuo aqui, parada, imobilizada, sem uma ponta de sono que me convide a ir dormir. Por vezes a minha dor é insuportável e hoje é um desses dias. Embora perceba que nunca mais nos iremos voltar a tocar dessa nossa maneira, há uma parte de mim que quer ficar agarrada às recordações para sempre e não amar mais ninguém, pois «amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti.»
   Soube que tens andado bem, muito bem aliás. Refizeste a tua vida (umas três ou quatro vezes) e que agora andas por aí a curtir as ondas do destino. Pois é, pelos vistos não sentes a minha falta como eu sinto a tua. É engraçada a maneira rápida como me esqueceste! Mas tudo bem, já me habituei à ideia de viver longe de ti, de já não receber pela manhã aquelas tuas mensagens de bom dia e a ir dormir cedo em vez de ficar até às tantas contigo em chamada. Já me acostumei sim, tive estes 4 meses para me acostumar.
   Eu também estou bem sabes? Às vezes ainda dói (muito) quando me lembro de tudo o que passamos juntos, de todos os momentos que passamos, aí a tristeza volta e eu desfaço-me num mar de lágrimas. Mas nada de mais, 'no big deal'. Custa apenas um bocado. Passar por ti e virar a cara, fingir não te ver ou nem sequer te (re)conhecer.
   E é por isso que hoje estou aqui. Por ter 'engarrafado' todas minhas emoções quando por ti hoje passei e ter continuado em frente, como se nada fosse. Custa, mas «a gente é forte e de pequenos grãos de areia se faz a praia». E eu continuo aqui, a esquecer-te aos poucos e poucos, um dia fazemos progressos, outros dias andamos para trás.
   «E, falando em esquecer, eu vou esquecer o sentimento que tive por ti, mas nunca me esquecerei do que vivemos juntos. Momentos bons, a gente guarda, não é? Mas é como dizem “às vezes sinto falta, às vezes acho que é um alívio estar longe».

escrito por: Tânia Ferreira

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